Saturday 3 November 2007

Uma semana em Lisboa...

Voltei de Lisboa na quarta-feira.
A semana que lá estive passou, simultaneamente, depressa e devagar.
Achei que ia ficar mais excitado e emocionado por regressar, mas depressa vi que não.
Um amigo que esteve aqui em Londres a estudar dizia-me um dia que quando ia a Portugal, parecia que já não era de lá, que tudo lhe parecia estranho.
Eu dou-lhe razão, porque senti exactamente o mesmo! A cidade que se abria para mim e me convidava a me perder nela quando ali vivia não quis nada comigo desta vez. Não sei se foi pela falta da companhia (a Maria não pode pedir férias) mas acabei por conduzir tempos a fio pelas ruas sem vontade de parar em sitio nenhum, sem vontade de visitar nada. O mesmo aconteceu quando a noite caía... Acabei por não frequentar as ruas tão familiares do Bairro Alto onde nasci e cresci, e que frequentei até saber de olhos fechados onde cada tasquinha era. Talvez por todos os amigos estarem obviamente a trabalhar, andei sempre sozinho, e daí o desanimo em fazer alguma coisa.
Para além disso, Lisboa está anti-carro! Não há onde estacionar sem ser a pagar (e mesmo assim somente em parques subterraneos, porque cá fora nem uma agulha estaciona), a população passa o tempo a circular sem rumo de um lado para o outro, sempre em engarrafamentos.

A razão principal para ter ido estes dias a Lisboa era para assistir ao Seixal Graffiti 2007, o único evento de bom nível desta arte urbana que hoje em dia existe em Lisboa, e do qual fui organizador dois anos seguidos. Ver de fora é tramado! Gostei bastante da organização mas nem tanto da qualidade final dos trabalhos. Poderia ter ficado muito superior e faltaram talentos... Talvez para o ano seja melhor...

O sol acompanhou-me sempre nesta jornada, ao ponto de andar aos saltinhos de calções e t-shirt.

Aqui ficam umas fotos tiradas por lá...

6 comments:

Joana Saramago said...

boas.
em resposta ao teu comment, sou de Almada e conheço lá muita gente.
Se o teu amigo é o Nuno Foros, foi uma das minhas vitimas de praxe no IADE e ainda o trato por caloiro (carinhosamente claro, a ele e aos outros tótós).
e foi pelo blog dele que cheguei ao teu e ao dos tugas no UK.
:D

Lua said...

A segunda foto é fantástica!

Ouve lá, tu estás no facebook? é que eu comecei um grupo de fotografia lá.

Diz-me qualquer coisa se estiveres interessado, ok?

Bjs

Tuga em Londres said...

Pois, percebo-te. Eu às vezes também sinto-me assim um bocado sozinha em Lisboa mesmo quando estou acompanhada, quando as pessoas estão a falar sobre assuntos de que não estou minimamente a par, mesmo que o assunto seja relativo às últimas piadas do gato fedorento. Mas felizmente ainda tenho lá um bom grupo de amigos que, quando estou com eles, parece que nunca saí de lá. Por isso tenho esses dois extremos quando estou em Portugal. Mas afinal agora temos a nossa vida cá por isso é normal que nem tudo seja o mesmo quando lá vamos. Quando e se um dia voltarmos a Portugal para viver, aí vamos ter que quase começar tudo de início outra vez. É complicado.
***
Tuga em Londres

Ck in UK said...

pois. estrangeira aqui e estrangeira la. ja postei sobre isso muitas vezes.
olha la, como e que achas q se faca para o tal encontro? se calhar ponho um apelo no blog e vejo quantas respostas tenho, que achas?

Afrika said...

Ola Wask bem vindo... sabes que fico com pena de saber que já não te sentes em casa em casa! Mas a uns anos atrás ouvi dizer que "home is where the heart is..." fico com um pouco de pena pois eu ainda sinto Pt como o único lugar onde poderei ser realmente feliz so espero que assim continue! Bjkas grandes.

ZZZ said...

Olá Wask....apesar do TokyoZ andar de férias eu ando por aqui.....Eu voltei agora de Pt também...ao chegar o meu coração pulava...e como grande maioria dos emigrantes portugueses a lágrimazinha foi inevitável...a cidade (Lisboa) e a vila (Sintra) não ficaram nunca aquém do que estava a espera, mas as pessoas sim...fiquei triste e com vontade de tornar a minha estadia mais curta por ver e ouvir todas as pessoas a reclamar...reclamar de coisas que podiam ser melhores é certo, mas que todos dizem que já foram muito piores, sem se darem ao trabalho de olhar à volta e ver as coisas boas que têm. Triste fiquei de ver que o povo Português quer é fazer nada, ou melhor, ter tudo com o menor trabalho possível. Sempre estive de boca, peito e sorriso cheio ao dizer ser Portuguesa, mas temo que hoje em dia seja mais dizer que sou laxista, calinas ou simplesmente com tempo de mais na vida sem saber o que fazer com ele...mas isto já está a ficar largo e já estou a ter ideias para o próximo post. Beijocas e fiquem bem! Apesar de tudo a raiz é lá...